Tuesday, January 31, 2006

sufoco

Até hoje sinto a sua falta e você nem sabe, a mínima idéia ou pista.
Não te dou bola e nem motivo.

Como fui ingênua, nossos melhores anos, nossos melhores amigos.
O que poderia ser nosso melhor carnaval virou nossa melhor memória.
O que poderia ser nosso melhor amor virou uma simples paixão.
O que poderia ser uma bonita historia virou apenas um folhetim de novela.
O que poderia ser um romance virou um filme de terror.

O que posso eu fazer para te esquecer?
Será que o tempo cura esse gosto amargo na minha boca?
Será que irei sentir novamente a brisa fresca em meu cabelo?
A paz em meu peito.
Que sufoco.

Tuesday, January 24, 2006

de-mail para e-mail



Me dei conta que vivemos num mundo onde tudo deve ser ridiculamente datado, carimbado, enviado em centenas de vias, cópias, certidões; uma forma categórica de demarcar território, palavras e ordenar as pessoas em um espaço comum.

Quando nascemos, somos embutidos, sem muita escolha e literalmente, no mundo da sociedade ; certidão de nascimento e papéis. A situação funciona mais ou menos da seguinte forma: a criança nasce, seus pais felizes, todos felizes e como um gado no rebanho, ela é explicitamente marcada a ferro, com um nome (este escolhido deliberadamente pelos seus, sem a menor cerimônia e, as vezes, sem o mínimo de respeito), sobrenome, número social, se tornando assim mais uma estatística do IBGE. Tudo no papel, na carteira de identidade, CPF, carteira de motorista, certidão de casamento, etc.

Outro meio de catequização social é o e-mail. O limiar entre o bem e o mal. Aquele que pode destruir sua vida em um segundo e ao mesmo tempo te deixar tão feliz ao ponto de chorar. Tem vários tipos: o e-mail amigo; o chato; o repetitivo; o engraçado; o triste; o brigalhão. O e-mail se tornou um papel virtual cheio de faces e característica, vale como um documento, contrato ou só uma brincadeira, o remetente escolhe. Infernal. Mande um e-mail para certificar que o material chegou; mande um e-mail para deixar tudo documentado; mande um e-mail para demitir o funcionário que chegou atrasado; mande um e-mail e pronto. Carta de amor, por e-mail; feliz aniversário, por e-mail; terminar o namoro, por e-mail; seu filho nasceu, logicamente por e-mail.

Tudo bem, tudo bem, sei que estou sendo muito critica mas o e-mail é o melhor amigo do homem nos dias de hoje. O que está faltando é e-mail de beijo, abraço, imagina praia por e-mail. Excelente idéia, vou querer receber vários.

PS: Isso não é uma ofensa a quem me manda e-mail, só uma coisa que pensei. Por favor, continuem me mandando vários, pode não parecer mas sou uma pessoa ordenada socialmente, ta?

Friday, January 13, 2006

bem conduzida.......

Ele se aproxima, sereno; sorri, estica o braço, me pega pela mão e sem que eu consiga esboçar alguma expressão facial, me tira para dançar. Fico imóvel mas vou da mesma forma, impossível não dançar e inacreditável ele querer dançar comigo. Me pega de uma maneira que se torna completamente irresistível não aceitar, me toma em direção do seu corpo, sinto sua respiração, seu calor, seu cheiro.

Não sei dançar mas quem precisa saber de alguma coisa ao seu lado, tudo se torna mais fácil. Deixo que ele me guie pelo salão, de uma forma completamente inexplicável e sem eu jamais ter consciência de qualquer passo, me vejo dançando todos, do tango ao bolero, passando pelo samba e salsa obviamente. Vou a lua, navego pelo mar em alta velocidade, tomo sorvete quente, seco gelo, faço depilação a grito, vou pelo mundo dançando. Amo a dança. Amo dançar com ele.

A música chega ao fim, preciso ser “acordada” pelo silêncio e volto ao começo, sempre esperando a próxima dança.

Tuesday, January 10, 2006

pescoço ao vento, nova maneira de se adquirir forças......



Do cabelo foi-se quase tudo. Tirei um peso pela cabeça, comecei o ano bravamente. Ao contrário do Sansão da Dalila, ganhei forças, estou postando uma foto nova aqui, conceitual como nós gostamos de falar, meu novo eu.

Trabalhando que nem uma corna, para ser mais exata. Somente corridinhas saudáveis na praia. O ano já começou bem, vendi meu carro. Sou uma menina a pé. Cansei de ficar presa. Normalmente sou contra a esses atos extremos de esperança mas me sinto mais vigorosa, obviamente sei que não tem haver com a passagem do ano mas tenho que confessar, foi um alívio ter mudado de calendário. Me consumia ainda ter que ler 2005. Já tinha ficado ultrapassado na minha mente.

Acho que to precisando pegar um sol mas prometi a mim mesma que iria esquecer essa futilidade de estar sempre com a cor do verão. Passar o domingo suando que nem um porco na areia da praia, tem algum propósito???? É, a aparência é mais sauldável, verdade. Porém o grande saco desta história é que quando faz sol nos fins de semana, você meio que se sente na obrigação de ir a praia, as pessoas te cobram um bronzeado de verão, todos te perguntam porque você está tão branca e a resposta acaba sendo milhões de desculpas esfarrapadas ao invés de simplesmente falar que não estava afim. É a ditadura do verão carioca bronzeado e sarado.

Definitivamente, estou enlouquecendo de calor.