Wednesday, November 30, 2005

eu e ele

Só olhando o lado ruim de tudo, que desejamos coisas boas. Desejo coisas boas para mim a todo momento, acho que é porque sou pessimista e sempre penso nas coisas ruins. Ou realista demais, ou péssima para coisas boas, acho que não sei lidar com elas.

Estou definitivamente aprendendo, ele está me ensinando a não ser tão desconfiada. Medrosa, sou muito, ele não é. Até é mas ele se permite, eu não.
Ele é mais velho e eu mais nova. Ele sabe o que falar, quando falar e eu só sei deixar ele perguntando, respondendo. Eu não lhe digo nada real, só metáforas e ele me completa com suas realidades preto e branco, roteiro. Eu estou em cena e ele está na plateia, quer que eu desça. Eu enxergo o mundo em pedaços e ele como um todo. Ele sabe fotografia e eu sei textos. Eu sumo e apareço a qualquer momento, e ele está sempre ali, diante de mim. Ele sabe o que eu penso, o que eu digo, o que eu quero e eu, não faço a mínima ideia o que ele pensa, quer, e diz. Com ele não falta assunto, comigo ele não fica sem o que falar.

Com agente é assim........
Breve, em cartaz, nas telas........ou fora.

atras da cortina.......


Como saber o que comer?
Quando saber como agir?
Como saber viver com você?
Como abordar você?
Como me comportar com você?
Como esquecer as coisas ruins e pensar só nas coisas boas?
Como saber o que vai acontecer?
Como não ter medo de você?
Como não ter medo de mim?
Como não ter medo de viver? E de morrer, como não ter medo?
Como saber como se deve viver?
Como ser feliz?
Como ser alguém? E como ter alguém?
Quais são as regras?
Quem move a primeira peça do jogo?
E a última?
Como saber o que você pensa?
Como saber se vai chover? Ou se vai fazer sol?
Quando saber quando é a hora certa de falar?
O que fazer quando se faz algo errado?
E algo certo? O que fazer?
Como se livrar dos fantasmas?
E das lembranças ruins?
Como não esquecer dos momentos bons?
E dos amigos? Como não esquece-los?
Como não esquecer de quem já foi?
E de quem ficou, tem como esquecer?
Coisas para saber...
Tem resposta?

Tuesday, November 29, 2005

tudo preto e branco, sem querer


Hoje fui tirar umas fotos na loja de Ipanema.
Sem querer, saiu essa foto.
Gostei!!!

sorvete


Quando se deu conta, tinha perdido o dia que começou. E voltar atrais, impossível. Será que não é melhor deixar o dia perdido no lugar em que se perdeu? O tempo não volta, ela pensou. Parece bobagem mas ela acreditava que se pensasse bem alto e repetisse para ela mesma, o tempo poderia voltar.

Desde de pequena, queria que de alguma forma o futuro e o passado pudessem andar juntos, o ideal seria que em qualquer momento de sua vida, ela poderia alterar o passado novamente e viver o futuro de outra forma. Que desperdício, ela percebe que seus pensamentos não vão leva-la a lugar algum na linha do tempo. Para que pensar no dia que terminou ou começou? Ela deve ser amiga somente do presente, nada mais. O que passou; pessoas, momentos, lugares, viagens; passou...não volta mais, deixa saudade, marcas, sabor de pistache.....

Não é á toa que é seu sorvete preferido.

Monday, November 28, 2005

63 dias ou uma vida inteira.

63 dias, 1512 horas, 90.720 minutos fora da rotina, casa, quarto, cantinho, cores de parede. Foram 2 meses e 2 dias morando na casa do meu tio. Eu, minha mãe, meu pai, o dono da casa e seu cachorro, oscilando entre momentos de pura alegria, tristeza, bastante irritação, pouca irritação; temas variado: comida, vinho, dieta, morte, religião, cachorro, cor de armário novo, obra, acordar cedo, dormir tarde....com direito a aula de dança Flamenca, Salsa e Dança de Salão.....praticamente uma gafieira.

Agora, casa nova...mudança de novo. Arruma armário, desarruma caixas. Aonde colocar tanta roupa, pouco espaço, cama nova. Ah, dormir numa cama nova de casal, sozinha, não tem preço. E os barulhos novos ??? São como uma sinfonia para quem esperou tanto tempo para se mudar, praticamente uma vida inteira querendo morar na zona sul. Sem nenhuma vergonha de admitir isso, também não tenho vergonha de ter morado tanto tempo no Grajaú, adorei, passei a dar mais valor a outras coisas e pessoas. Acho que tudo tem seu tempo e logicamente, vou ser muito sincera, não sou fã incondicional de Copacabana, mas é isso que tenho e definitivamente é minha casa, meu quarto, minha obra, minha paredes sem histórias e muito por fazer ainda.

E tentando manter a calma, com muitas saudades da confusão do meu tio, que é uma das pessoas mais maravilhosas e loucas que conheço, já estou em casa, eu, meu cantinho, meu pai, minha mãe, a cozinha dela, e todas as tralhas.......felizes para sempre.

Friday, November 25, 2005

o homem e seus pronomes


Sua certeza era bem clara no momento, descer aquelas escadas era como atravessar o deserto do Saara a pé. Longo, quente e ansioso, e o inverno era forte lá fora mas o frio definitivamente não era importante, na verdade, era o que menos importava no momento.

No final de seu deserto imaginário, estava ela, ela que ele sabia que era o pronome “ela” em sua real definição, com cheiro, gosto, cor, o verdadeiro pronome. Esse pronome que sempre o fascinou, os pronomes em geral sempre o fascinaram. Ele, ela, você, tu, nós, que perfeita combinação de nomes para pessoas que realmente não se conhece, que ninguém conhece.

Definitivamente, por algum motivo, esse pronome “ela”, ele conhecia. Conhecia tanto quanto ele conhecia a si mesmo, dentro do possível, porque nem ele se conhecia. Ninguém se conhece de verdade. Ela sim, ele conhecia e sabia. E ela conhecia ele, mas não sabia.

Ao chegar em seu destino, a chuva havia parado, como mágica. O guarda-chuva não seria útil nesta devida ocasião mas poderia contar com ele a qualquer momento. Porem havia algo de errado, que ele não podia acreditar. Ela já não estava mais lá. Será que demorei muito para descer? Pensou. Para aonde ela foi? Será que peguei o caminho certo? Nunca se sabe qual o caminho certo, normalmente se pega sempre o caminho errado. E sabendo disto, ele sabia que teria que mudar seu caminho novamente e encontra-la, não era uma tarefa fácil mas estava disposto a enfrenta-la.

Ela havia fugido novamente, sem perceber, ela não fazia de propósito, fazia porque era seu destino.

Wednesday, November 23, 2005

o homem e sua janela


De todos os princípios, o seu era o mais simples. Ele se levantou numa manhã chuvosa, olhou pela janela e viu o que sempre esperou ver. Surpreso e com um leve frio na barriga, tomou um longo banho, e resolveu, ao invés de sua tradicional xícara de café, tomar um chá. Queria estar mais calmo, o café sempre acaba lhe excitando bem mais que o chá e pela primeira vez na vida, não queria estar tão agitado.

Ainda meio sonolento e sem crer no que havia visto pela janela, o que havia visto pela primeira vez, depois de anos sem ver, sem sentir, sem acreditar, resolveu começar a se vestir. Calmante. Tão calmamente que até ele próprio desconfiou. Desconfiou que não poderia estar se sentindo tão calmo. Realizou de onde vinha está calma toda, vinha do medo, medo de ter tudo de novo e perder tudo de novo. Porque na verdade, era ela.....ele sabia que era ela.

Então, pronto para sair, tomou coragem, pegou um guarda-chuva, que era de suma importância no momento, estando sol ou chuva, aquele guarda-chuva era realmente importante. Como um apoio, uma bengala. Andou em direção a porta e saiu pronto para encontra-la, como uma segurança que jamais havia sentido e sabia que as coisas seriam diferentes a partir de agora.

Friday, November 18, 2005

livro de receitas


A minha doçura, a minha pimenta, a minha calma, a minha paixão, a minha disciplina, a minha boa vontade, a minha perseverança, a minha paciência, a minha alma, todos os meus ingredientes claros em seu fiel sabor e colocados deliberadamente no caldeirão que partilhamos.

Caldeirão este que pode engrossar, as vezes o fogo está muito quente ou muito frio, causando a minha raiva, a minha fraqueza, o meu medo, a minha insegurança, o meu desespero, o meu ciúme.

Nada como 1 colher de sopa de beijos, 3 xícaras de piadas, 500 ml de paciência e 1 pitada de paixão, para encontrar novamente esta receita.

Wednesday, November 16, 2005

que seja eterno enquanto dure.....no sentido literal desta frase

Pela primeira vez em minha vida encontrei alguém que sabia realmente o que queria da vida. Sem meio termos, sem desculpas, sem duvidas ou perguntas, ele simplesmente sabia. Sabia com a paixão que lhe cabia ou na verdade, não cabia mais dentro de si mesmo que mergulhou dentro da pessoa que ele com toda a sinceridade do mundo, possua naquele momento.

E teve certeza, em somente três meses, que era aquela pessoa que queria para resto da sua vida. E tomou decisões que a maioria das pessoas demoram pelo menos anos para entender e aceitar o inevitável, que um dia você realmente se apaixona, se casa e tem filhos. Em três meses, ele realmente mudou a vida. Mudou de casa, bairro, rotina...nos três meses, amou como o amor deve ser, insuportavelmente intenso, apaixonado, perfeito, sem perguntas, defeitos, dúvidas e anseios. Simplesmente, o amor.....puro, limpo e prático. Vamos ficar juntos e acabou. Nada mais nada menos, para que complicar?

Lá foi ele, casou e recebeu de presente uma linda menina a caminho, segundo minhas previsões. Minha inveja, saudável logicamente, é pela praticidade de sua vida tão simples e tão grandiosa, pelos seus gestos cheios de paixão, pela mulher que ele escolheu e por ter sido tão bem escolhido. A ele e a ela, toda a inspiração do mundo, dos casais apaixonados e dos anos que vem pela frente.

Thursday, November 10, 2005

cafe dos sonhos


café preto
café gostoso
café com pão

café como hábito, como vício
café como motivo integrador
café desjejum

café expresso
café com calma
capuccino, variação do café
café dos sonhos

café de qualquer jeito
café para qualquer pessoa, para o humor
café para o sono
café estimulante

café da manhã
café da tarde, da noite
café, caf, ca, c
café com c

Friday, November 04, 2005

dança, dance, ballo, danza, danse, tanz....


Até fim de semana com dança.......comprei dois ingressos para assitir um espetáculo do Panorama de Dança 2005.
Estou até me estranhando.......sempre achei lindo...dança.....mas nunca levei muito a sério......fiz balé, a séculos atrais....
sempre vi meus pais dançando, achava lindo.....dois corpos num só.....eles realemente dançam muito.

A paixão veio da Dança Flamenca, seguindo pelo Democráticos, passando pelo chorinho, música brasileira......até então meu repertório era totalmente estrangeiro. Fui pra Salsa, aprendi com o povo da Industria (especialmente Paulinha), e logo depois......Dança de Salão, mais Democráticos......quintas, e quintas.........agora tô de volta para a Salsa, de verdade, lógico.....não só nos passitos, agora sim num curso.......e em breve......Tango!!

Me aguardem.....meu sangue latino !!!!